CÁ TEMOS A CRISE, esperada!
Jota.Coelho, 01.04.09
Os desmandos que referimos nos posts:
- Um País para rir - Março de 2008
- Alerta aos patriotas - Fevereiro de 2008
previam a escandaleira a que hoje assistimos.
Por muito que nos esforcemos por entender a CRISE, não conseguimos sair do cíclo vicioso da "má gestão", "gestão danosa" e da "gestão fraudulenta".
E quem são os gestores? Ora aí estão: antigos ministros, secretários de estado, acessores dos governos, mandatários dos partidos que dividem o governo, agentes da Opus-Dei e da Maçonaria e seus correligionários.
Desviaram muitos milhões para benefício próprio e dos amigos.
Quantos vão responder pelos danos causados à sociedade e aos portugueses?
Que fazem os governantes, seus apaniguados? Desviam o dinheiro dos fundos sociais, que tanta falta faz aos carenciados, e injectam-no nos bancos e empresas para tapar os "buracos" financeiros.
Por ser oportuno, não posso deixar de transcrever parte dum artigo do zeloso advogado António Vilar, publicado na "Vida Económica":
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"A CRISE NÃO PODE EXPLICAR TUDO
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Portugal está invadido pela corrupção.
Corrupção económica e financeira, mas, sobretudo, grave corrupção de carácter dos portugueses que têm algum poder sobre o nosso destino colectivo.
A crise financeira, económica e social que se entranhou no nosso quotidiano, ainda que com a amplitude universal, tem sido, também, um maná caído dos céus para ajudar à sobrevivência de muitos inúteis tanto quanto, também, à gananciosa reprodução de riqueza de alguns oportunistas sem escrúpulos neste nosso país desajeitado, sem lei nem rei.
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A crise parace, de facto, servir para explicar tudo e tudo justificar.
Explica a pesporrência e a bazófia de muitos detentores do poder, no Governo, nas autarquias e na administração pública em geral, que através da crise disfarçam a sua ignorância e a sua falta de alma de estadistas, senão o seu carácter corrupto.
Explica o egoísmo de muitos empresários que, sem sensibilidade social, varrem, hoje, as empresas de todos os empregados que não deixem lá ficar, com a sua prestação laboral, o seu sangue, suor e lágrimas em benefício exclusivo de lucros exorbitantes para as empresas e salários de luxo para eles, escondidos, muitas vezes, nas famigeradas "off-shore".
Mas a crise não pode explicar tudo e, sobretudo, não deveria premiar actos ilícitos passados, tanto quanto crimes ainda actuais, nomeadmente no domínio das finanças e da economia. E tal está a acontecer!
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Investigar é um perigo e castigar seria uma proeza a que poucos estão dispostos.
Quem não está preso pela necessidade está acorrentado pelo medo.
Esta é a nossa triste sina... e os outros que paguem a crise.
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